Quando vale a pena entrar com ação judicial?

Entrar com ação judicial não precisa ser sinônimo de briga — muitas vezes, é apenas uma forma organizada e segura de fazer valer seus direitos.

Gustavo Eufigênio

8/11/20252 min read

Muita gente se pergunta: "Será que vale a pena entrar na Justiça?".

A resposta depende de vários fatores: o tipo de problema, o valor envolvido, a urgência e até o comportamento da outra parte.

Entrar com ação judicial não precisa ser sinônimo de briga — muitas vezes, é apenas uma forma organizada e segura de fazer valer seus direitos.

1. Quando a tentativa de acordo não funciona

O primeiro passo, antes de acionar a Justiça, costuma ser tentar resolver de forma amigável.
Isso pode ser feito por conversas, e-mails, notificações extrajudiciais ou mediação.
Mas, se mesmo assim a outra parte não cumpre o que prometeu, a ação judicial passa a ser a alternativa mais eficaz.

Exemplo prático:

  • Você contratou um serviço para sua empresa, pagou antecipado e a entrega nunca aconteceu.

  • Mesmo com várias tentativas de negociação, o fornecedor não responde ou cria desculpas.

Nessa situação, a ação judicial serve não só para exigir o cumprimento, mas também para pedir indenização por prejuízos.

2. Quando o valor ou o impacto do problema é alto

Entrar com processo exige tempo e, às vezes, custos com taxas e honorários.
Por isso, o ideal é avaliar se o prejuízo financeiro ou o impacto no seu negócio é significativo.

Exemplo prático:

  • Um cliente deixa de pagar uma dívida alta, prejudicando o fluxo de caixa da empresa.

  • Uma rescisão contratual causa perda de receita por meses.

Nesses casos, a ação judicial pode recuperar valores e garantir que você não absorva sozinho o prejuízo.

3. Quando existe risco de perder o direito

Muitos direitos têm prazo para serem cobrados. Esse prazo é chamado de prescrição.
Se ele acabar, mesmo com provas e razão, você não poderá mais exigir na Justiça.

Exemplo prático:

  • Direitos trabalhistas precisam ser reclamados até 2 anos após o fim do contrato de trabalho.

  • Dívidas comerciais e contratuais também têm prazos que variam de 1 a 5 anos, dependendo do caso.

Por isso, esperar demais pode significar perder o direito definitivamente.

4. Quando é preciso agir rápido para preservar provas ou bens

Alguns casos exigem urgência.
Se houver risco de desaparecimento de provas ou de a outra parte se desfazer de bens, a Justiça pode agir rapidamente com medidas cautelares.

Exemplo prático:

  • Solicitar bloqueio de valores em conta antes que o devedor transfira para terceiros.

  • Registrar provas digitais que podem ser apagadas, como mensagens ou publicações ofensivas.

5. Quando a lei oferece vantagens para o seu caso

Em certas situações, a legislação prevê procedimentos rápidos, como Juizados Especiais (para causas de menor valor) ou liminares (decisões urgentes).
Isso reduz o tempo de espera e torna a ação judicial mais vantajosa.

Exemplo prático:

  • Pedido de liminar para restabelecer um serviço essencial interrompido indevidamente.

  • Cobrança de valores abaixo de 40 salários mínimos pelo Juizado Especial.

Conclusão

Entrar com ação judicial vale a pena quando:

  • Não há acordo possível;

  • O prejuízo é relevante;

  • Existe risco de perder o direito;

  • Há urgência na preservação de provas ou bens;

  • O processo pode ser rápido e eficaz.

Antes de decidir, consulte um advogado.


Ele poderá avaliar as chances de sucesso, estimar o tempo do processo e indicar a melhor estratégia — que pode ser judicial ou extrajudicial.